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Você sabia que a ansiedade pode ser um sintoma da Fibromialgia?


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A Fibromialgia é definida como uma síndrome dolorosa crônica não inflamatória de etiologia desconhecida, com manifestações no sistema musculoesquelético, podendo apresentar sintomas em outros aparelhos e sistemas orgânicos, onde a principal característica é a dor presente há no mínimo 3 meses. Podem estar presentes sinais como: depressão, cefaléia, parestesias, distúrbios intestinais e dor temporomandibular.

Alguns portadores da Fibromialgia apresentam fadiga crônica, alterações no padrão de sono, ansiedade, distúrbios de humor, cefaléia , dificuldade de concentração, rigidez muscular, edema, fraqueza em atividade mínima de exercício, depressão, fobia simples e doença do pânico. A obesidade é uma condição clínica que pode agravar os sintomas verificados na Fibromialgia e precisa ser considerada como situação significativa de comorbidade relacionada a esta síndrome.

Classificações:

A Fibromialgia pode ser classificada como primária – quando acontece isoladamente e secundária – quando acontece concomitantemente a outra doença.

Epidemiologia: 

O número de casos é variável de acordo com a população e método de estudo utilizado. Dados internacionais indicam a frequência de 1 a 5% na população geral. No Brasil, trabalhos apontam para 10%. A relação de incidência comparativa entre o sexo feminino e o masculino é variável de acordo com o trabalho pesquisado, situando na faixa de 6 a 10 mulheres para cada homem. Sintomas têm início na faixa etária de 29 a 37 anos, com diagnóstico entre 34 e 57 anos, com pico de incidência de 30 a 50 anos, e menor ocorrência na população pediátrica. O Coração sente o corpo dói: como reconhecer e tratar a fibromialgia. Pode ocorrer em adolescentes e idosos, sendo incomum a instalação após os 60 anos.

Quadro clínico:

Caracteristicamente o quadro clínico da fibromialgia são dores intensas pelo corpo inteiro, com pelo menos três meses de duração. Estes sintomas são acompanhados de rigidez matinal, cansaço ou fadiga fácil, perturbação do sono depressão, enxaqueca, tonturas, mucosas secas, parestesias em mãos e pés, podendo também apresentar cefaléia, cólon irritável, disúria, disminorreia e fenômeno de Raynaud. A sintomatologia característica da FM afeta principalmente três sistemas: o musculoesquelético,o neuroendócrino, e psicológico. Fibromiálgicos possuem limiar para dor mais baixo que o padrão.

Dor e sua avaliação:

A dor é um sintoma complexo, individual e subjetivo, cuja interpretação envolve aspectos sensitivos, emocionais e culturais. Portanto, a avaliação da dor é sempre subjetiva. Existindo grande variação de expressão de dor, frente ao mesmo estimulo álgico. Como auxiliar de medida de dor, a Direção Geral de Saúde disponibiliza escalas para mensuração de dor, internacionalmente validadas: escala numérica, escala visual analógica, escala qualitativa ou escala de faces. Pode-se ainda incluir questionários verbais e técnicas baseadas em escalas, desenhos e outros meios para facilitar o entendimento do paciente e sua comunicação com o profissional de saúde, desta forma facilitando também o atendimento e terapêutica.

Fibromialgia e qualidade de vida:

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), qualidade de vida é definida como percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas e preocupações. Apesar da Fibromialgia não apresentar lesões anatomopatológicas ou evoluir para deformidades, ela produz, de modo geral, grande impacto negativo na qualidade de vida.

Diagnóstico: 

O diagnóstico de Fibromialgia é difícil, pois ela guarda semelhança com uma gama de patologias, e por não apresentar alterações nos testes laboratoriais ou raios- X usuais. A dor é o principal motivo da procura pelo atendimento médico, dor generalizada pelo corpo é entendida como acima e abaixo da cintura, à esquerda e a direita e com dor no esqueleto axial e dor em pelo menos 11 dos 18 locais específicos do corpo (pontos dolorosos – Tender points).

Tratamento:

O Tratamento para a Fibromialgia é um desafio para o profissional da saúde, sendo uma mescla de técnicas medicamentosas e não medicamentosas, com o objetivo de melhora no quadro geral do paciente. Deve-se levar em consideração a opinião do paciente o alertando para a inexistência de cura, e possíveis efeitos indesejáveis do tratamento. Neste ponto se faz importante a figura do farmacêutico, o qual poderá através da prática de atenção farmacêutica auxiliar o paciente quanto a sua medicação e sintomas e avaliar a progressão do tratamento no dia a dia, de acordo com a necessidade real de cada paciente.

Tratamento não farmacológico:

Entre as práticas não farmacológicas mais citadas encontram-se elementos físicos, psicológicos e educacionais. Suporte psicogênico se faz necessário, visto a complexidade da síndrome e o acometimento de diversos sistemas orgânicos; para que o portador e sua família possam aprender a conviver com esta nova realidade e melhorar assim a qualidade de vida.

 

A Síndrome de Fibromialgia é ainda hoje uma patologia sem estudos confirmatórios de sua causalidade. É uma enfermidade que traz muitos prejuízos ao portador, família e sociedade. A falta de tolerância com o fibromiálgico faz com que o paciente seja tratado com descrédito, agravando desta maneira, ainda mais o seu quadro psicológico. As técnicas de tratamento encontradas são uma mescla de terapias alternativas e farmacológicas, mas o fator principal para a obtenção de melhora, com a redução do quadro álgico é a aceitação do paciente dos seus sintomas e a conscientização de que é portador de algo ainda dito incurável, mas, que diante de sua postura mental, poderá obter um grande alívio de sinais e sintomas. Há a urgente necessidade por parte dos profissionais de saúde de buscar maiores conhecimentos a cerca desta doença, e desta forma poder orientar estas pessoas, bem como, seus familiares da maneira como viver, obtendo uma melhor qualidade de vida e, ainda se facilitar o acesso deste paciente a tratamentos alternativos e medicamentosos, assim também, maior inclusão destes serviços nas Unidades Básicas de Saúde, incluindo ainda atendimento de equipe multidisciplinar de saúde (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos e farmacêuticos). Neste contexto se faz importante a inserção do profissional farmacêutico que poderá criar em sua área de atuação, (drogarias, postos de saúde, farmácias, hospitais, clínicas), grupo de estudo e orientação ao fibromiálgico e sua família para que esta enfermidade possa ser encarada com maior naturalidade e ser um tanto menos impactante para o portador e sua família, e, como consequência, de um maior número de profissionais empenhados nos estudos desta etiologia, poderemos crer em uma cura próxima.

 

Blog escrito pelo Nutricionista Isaias Marques.

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